• 22/11/2024

Novo líder do governo defende distribuição de cargos

Novo líder do governo na Câmara, o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR) defendeu a distribuição de cargos no governo para fortalecer a articulação no Congresso. Em entrevista à Rádio Eldorado, disse ainda que é preciso “enfrentar a corporação dos servidores públicos” para aprovar a reforma administrativa.

arros assumiu o lugar do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), em um gesto do presidente Jair Bolsonaro que consolida a aliança com o Centrão. O cargo de líder do governo na Câmara dos Deputados é importante por ser a ponte entre o Palácio do Planalto e os parlamentares.

À Eldorado, Barros afirmou que “é absolutamente justo” que os partidos que deem governabilidade ao presidente tenham participação programática no governo. Questionado se a negociação passaria por cargos, o deputado afirmou que a articulação inclui a “coalizão de governo”, uma vez que o presidente e seu partido têm apenas uma parcela de representantes no Congresso, precisando formar maiorias simples e qualificada para a aprovação de suas matérias de interesse.

“A nossa Constituição tem o presidencialismo de coalizão e é absolutamente justo que os partidos que vão dar governabilidade, que vão permitir o governo aprovar matérias que ele prometeu na campanha, tenham elementos de seu partido no governo, fazendo o programa de cada partido, é assim que funciona o Brasil”, disse.

Leia também   Governo anuncia PEC que pode proibir militar da ativa de se candidatar

Inicialmente, segundo Barros, Bolsonaro tentou negociar diretamente com as frentes parlamentares. “Neste ano, desde fevereiro, iniciou uma tratativa com partidos políticos, com presidentes e líderes de partidos políticos, porque percebeu que as frentes parlamentares não tinham a condição de entregar a aprovação das matérias que o Brasil precisa.”

O novo líder do governo na Câmara assume agora com a missão de melhorar a comunicação o Planalto e o Congresso, em um momento em que as tratativas para as principais reformas – a administrativa e a tributária – estão paradas. Segundo o deputado, para a reforma administrativa, o principal desafio será enfrentar os servidores de carreira.

“Claro que há sim uma grande resistência da corporação de servidores públicos que abduziu o Orçamento da União. Mas vamos enfrentar essa corporação, vamos enfrentar as dificuldades que aparecerem para que os brasileiros, em especial os contribuintes e aqueles que precisam do auxilio do Estado, sejam prioridade, e não a corporação dos servidores que levaram a grande vantagem nas discussões orçamentárias.”

Leia também   Subprocurador diz que “não há elementos para denunciar Ibaneis”

De acordo com Barros, a estratégia será direcionar a reforma administrativa para os servidores futuros, retirando os efeitos dos que já estão nomeados e são necessários para os procedimentos nas Casas Legislativas. “Quem escreve o documento para ser entregue ao Congresso? Servidores públicos. Nenhum papel tramita no governo sem o parecer técnico de um funcionário de carreira e sem o parecer jurídico de um funcionário de carreira. Os cargos comissionados não podem emitir esses pareceres. Então é natural que haja resistência desses funcionários em escrever algo que vai de encontro aos seus interesses”, disse.

Defesa de Pazuello e críticas a Teich e Mandetta

Ex-ministro da Saúde de Michel Temer, Barros também foi questionado sobre o interino na pasta, Eduardo Pazuello, e o gerenciamento da pandemia. O líder do governo na Câmara elogiou o trabalho do general e criticou os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que deixaram o governo após divergências com Bolsonaro, entre outros pontos, sobre o uso da cloroquina no tratamento da covid-19.

Leia também   Queda no banheiro e pontos na nuca: como foi o acidente que levou Lula a cancelar viagem à Rússia

“O general Pazzuelo tem sido eficientíssimo no ministério, tem trabalhado muito e tem feito as entregas necessárias: tem os respiradores, tem os equipamentos de proteção individual, que o ministro Mandetta não comprou nenhum, e nem o Teich. E, especialmente, temos um comando novo: aos primeiros sintomas, procure um médico. E não ‘fique em casa até ter falta de ar’. Esse novo comando de tratar a partir dos primeiros sintomas vai salvar muitas vidas”, disse.

Alinhado ao que defende Bolsonaro, Barros também criticou o isolamento horizontal, afirmando que a pandemia já teria sido superada se o País tivesse optado pela imunidade de rebanho anteriormente. “Só o Brasil tem o SUS. Só o Brasil tem 50 mil postos de atendimento gratuito para a população. O Brasil não precisava ter feito isolamento horizontal. poderia ter feito isolamento vertical e já teríamos adquirido imunidade de rebanho e superado essa epidemia.”

(Estadão Conteúdo)

Read Previous

China diz que frango importado do Brasil veio com coronavírus

Read Next

Ozonioterapia: o que é, para que serve e como é feita