O policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do agora senador Flávio Bolsonaro, foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo, às 6h30 desta quinta-feira, 18.
Queiroz, acusado de participar de um esquema de desvio de verbas na Assembleia do Rio de Janeiro, conhecido como “rachadinha”, estava em um imóvel de um dos advogados da família Bolsonaro, Frederick Wasseff, que sempre negou saber do paradeiro do ex-assessor.
A operação, batizada de Anjo, foi realizada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo, após mandado expedido pela Justiça do Rio. Agora, ele está sendo levado para a sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil na capital paulista.
O MP-RJ quer levá-lo para a capital carioca, mas ainda não há detalhes sobre qual será o esquema de transferência. A prisão faz parte da investigação que apura um esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, em que funcionários são coagidos a devolver parte de seus salários.
De acordo com a GloboNews, Queiroz vivia recluso no imóvel e não costumava frequentar a cidade, o que dificultou a operação. Os policiais que participaram da prisão afirmaram à emissora que foi necessário arrombar o portão da casa para entrar. Lá dentro, o ex-assessor não resistiu à prisão e apenas disse que estava muito doente — ele passou por tratamento para um câncer no ano passado.
Além da prisão de Queiroz, o MP obteve na Justiça autorização de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em Juízo e a proibição de contato com testemunhas de outros envolvidos.
São eles o servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho; os ex-funcionários da casa legislativa Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins; e o advogado Luis Gustavo Botto Maia. A Justiça do Rio autorizou ainda a prisão de Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Queiroz, que também foi assessora de Flávio.
Relembre a investigação
Queiroz entrou na rota do MP após um relatório do Coaf, revelado pelo jornal Estadão em dezembro de 2018, apontar movimentação atípica no valor de 1,2 milhão de reais.
Em abril de 2019, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário de Queiroz, do senador Flávio Bolsonaro e de outras 84 pessoas e nove empresas no período de 2007 a 2018.
Até outubro de 2018, quando foi exonerado do cargo, Queiroz foi assessor e motorista de Flávio. Para os promotores, ele não agiu no esquema de desvio de verbas sem o conhecimento de seus superiores hierárquicos.
O MP acredita, ainda, que Flávio lavou cerca de 2,3 milhões de reais obtidos no esquema da Alerj por meio de uma loja de chocolates e de negociações de imóveis.
(Portal Estadão Conteúdo)