• 21/11/2024

Coronavírus: GDF reforça combate à violência doméstica durante isolamento

O Governo do Distrito Federal tem adotado medidas fortes e assertivas no combate à violência doméstica e na proteção e empoderamento da mulher. Em tempos de confinamento provocado pelo novo coronavírus (Covid-19), mulheres podem ficar ainda mais expostas a situações de vulnerabilidade e agressões de parceiros. Saiba o que o GDF faz para evitar eventuais casos de violência e como denunciá-los.

À  secretária da Mulher, Ericka Filippelli, listou as ações adotadas e programadas durante o período de confinamento. O secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, também reforçou os canais de atendimento e como a população deve proceder em situações de agressão.

Como denunciar situações de violência doméstica?

Os canais de atendimento disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública seguem funcionando 24h durante a pandemia provocada pelo coronavírus. Denúncias e registros podem ser feitos pelo Denúncia Online, pelo telefone 197 (opção 0), pelo e-mail [email protected], pelo whatsapp no número (61) 98626-1197, pelo telefone 190 e nas delegacias especializadas.

Os Centros Especializados de Atendimento à Mulher (Ceam) também estão funcionando entre 10h e 16h30, de segunda a sexta-feira, na estação do Metrô da 102 Sul, no Plano Piloto, em Ceilândia (QNM 2, Conjunto J, Lote 1/3) e em Planaltina (Jardim Roriz, área especial, entrequadras 1 e 2). A Secretaria da Mulher ainda disponibiliza os serviços da Casa Abrigo e dos Núcleos de Atendimento às Famílias e aos Autores de Violência Doméstica (Nafavd) como formas de acolhimento para vítimas de violência. Veja aqui os números e demais informações sobre esses serviços.

O DF apresentou alteração no número de agressões após o isolamento provocado pelo coronavírus?

O secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, explica que não: “Não há alteração no número de registro de ocorrência contra as mulheres em razão do confinamento. A estatística não mostra isso. As medidas continuam as mesmas, temos dado prioridade a esses casos, as delegacias estão todas abertas, os números de atendimento para as mulheres estão funcionando normalmente, o atendimento continua normal e, por óbvio, que, nesse momento, qualquer acionamento que elas fizerem vão ter prioridade no nosso sistema de atendimento. Entretanto, no DF, até a presente data, não existe um número elevado ou elevação no número de casos em razão do isolamento provocado pelo coronavírus.

Em vários países foi identificado que essas mulheres que tiveram restrição de locomoção e acesso a equipamentos públicos encontraram dificuldade em buscar ajuda e serem acolhidas pelos serviços disponibilizados pelos governos. Atento a isso, o GDF tem tomado ações e abriu os espaços nos nossos equipamentos e serviços para as mulheres em situação de violência.

Profissionais da assistência e da segurança pública estão dentro da exceção dos casos que não entraram para o sistema do teletrabalho. Eles seguem as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde e também adequamos nossos serviços. Os Centros de Atendimento à Mulher estão abertos. A ideia é que as mulheres tenham um local em caso de emergência para serem atendidas. Também estamos disponibilizando nove canais de telefone, por região, por cidade, para que a vítima entre em contato e seja atendida por especialista.

Há também recomendações da ONU Mulheres para a questão da saúde sexual e reprodutiva da mulher. O DF está atento a esse ponto? 

Uma das diretrizes que a ONU Mulheres coloca como ponto de atenção para os governos é sobre a saúde sexual e reprodutiva nesse período de coronavírus. Ligamos o sinal de alerta para isso e também no planejamento familiar e atenção às mulheres. Faz parte da nossa articulação o Programa de Pesquisa, Assistência e Vigilância em Violência (PAV), que é um programa da Secretaria de Saúde para vítimas de violência sexual. Ele é mantido e cada vez que uma mulher entra em contato conosco nós encaminhamos para  lá. O PAV é um dos parceiros da Secretaria da Mulher nesse sentido.

A campanha tem como objetivo divulgar esses serviços que estão sendo disponibilizados nesse período de coronavírus, mas também engajar a sociedade e ressaltar que é importante que todos participem.Todos aqueles que sabe de um caso de uma mulher que vive em situação de violência deve entrar em contato. Além disso temos o whatsapp que as mulheres podem entrar e contato pelo (61) 99145-0635 e o e-mail [email protected]

Nossa intenção é sempre trabalhar de forma integrada. Assim fazemos com a Segurança Pública e nesse caso trouxemos outros parceiros para a campanha, como a Defensoria Pública, o Ministério Público do DF e Territórios e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Essa integração é importante nesse momento as mulheres devem saber que podem procurar esses canais. É importante ficarmos em casa para combatermos a pandemia, mas é importante que todas se sintam seguras em suas casas.

A Polícia Militar dispõe do serviço de Assistência da Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid). O funcionamento foi alterado diante da pandemia do coronavírus?

O Provid mantém o atendimento normal. Ele não interrompeu o funcionamento e foi ampliado em janeiro para 31 regiões administrativas. Conseguiu, só em janeiro, o atendimento de 587 vítimas da violência através desse programa. Então, os policiais seguem trabalhando normalmente.

De que outras formas a Secretaria de Segurança Pública tem se preparado?

Desde o início da nossa gestão na secretaria, a determinação do governador Ibaneis Rocha sempre foi para dar uma atenção especial em relação à violência doméstica e violência contra a mulher. Nós lançamos a campanha “Meta a colher”. Diz aquela máxima que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, mas isso deve ficar para trás, tem que acabar, não pode existir e atrapalha muito as nossas ações na secretaria. A gente depende muito da denúncia. Pedimos que as pessoas tragam a informação da violência contra a mulher. Quem sabe dessa violência precisa trazer isso para nós.

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No ano passado capacitamos mais de 1.800 profissionais de segurança pública sobre a Lei Maria da Penha. Profissionais que estão aptos a receber e trabalhar com essas vítimas que procuram delegacias e batalhões diuturnamente. Os 700 novos policiais que ingressaram na PMDF em 2019 passaram por palestras em relação à violência contra a mulher.

E vale reforçar. Agora, durante o isolamento, os crimes de estupro, violência doméstica e familiar e todos aqueles que precisam e necessariamente devem ser registrados nas delegacias, os serviços continuam com atendimento normal. A perícia médica e a perícia local seguem funcionando para que esses crimes não fiquem sem punição. Consideramos a violência contra a mulher não só como um caso grave, mas também uma pandemia. Uma pandemia que todos precisam trabalhar e no DF não pode ser diferente. Tudo para que a gente possa diminuir e quiçá um dia exterminar isso do convívio social.

Um dos serviços mais importantes da Secretaria da Mulher é a Casa Abrigo (para acolhimento às mulheres e dependentes com risco de morte e vítimas de violência doméstica). O atendimento segue normal?

Uma das medidas que tomamos durante esse período foi justamente manter a Casa Abrigoem funcionamento, adequando às regras da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde, resguardando a saúde dos servidores e das mulheres ali abrigadas. A Casa Abrigo está aberta e o acesso a ela se dá por meio da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). É lá que os casos são encaminhados e identificados como uma situação de extremo risco. É importante divulgar esse serviço por toda essa questão do vírus e a restrição de locomoção por conta da quarentena e o medo que temos de nos expormos andando nas ruas. Ao buscar ajuda na Deam elas podem ser encaminhadas para a Casa Abrigo.

(Agência Brasília )

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