• 21/10/2025

Escândalo no Jockey Club de São Paulo: desvio milionário em incentivos fiscais

O Jockey Club de São Paulo, símbolo de luxo e tradição há mais de 150 anos, enfrenta uma grave crise financeira e reputacional. Além das dívidas que somam R$ 800 milhões, o clube é acusado de estar envolvido em um esquema de desvio de recursos públicos.

Uma investigação exclusiva do portal UOL, publicada neste domingo (19), revela que R$ 83,6 milhões em incentivos fiscais — destinados à restauração da sede histórica tombada às margens do Rio Pinheiros — podem ter sido malversados.

Verbas públicas, empresas fantasmas e notas duplicadas

Entre 2018 e 2025, o Jockey captou R$ 22,4 milhões pela Lei Rouanet (federal) e R$ 61,2 milhões via TDC (Termo de Doação Cultural, municipal).
Mas notas fiscais analisadas pelo UOL mostram duplicidade de comprovações, gastos incompatíveis e pagamentos a empresas sem sede física ou sócios identificados.

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Entre as irregularidades mais graves está o pagamento de R$ 11,2 milhões à construtora Vidal, de Goiânia — empresa que só existe no Instagram.
Outros gastos indevidos incluem diárias de hotéis de luxo, vinhos importados, compras pessoais e até condomínio pago com verba pública.

O nome de Marconi Perillo entra na polêmica

O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), aparece citado na investigação. Ele tornou-se sócio do Jockey em 2019 e conselheiro em 2022.
Fontes ouvidas pelo UOL afirmam que o tucano atua para renegociar dívidas fiscais do clube, enquanto parte dos recursos desviados teria beneficiado empresas de Goiás ligadas a ex-assessores e familiares.

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Uma delas é a Elysium Sociedade Cultural, criada por decreto do próprio Perillo em 2014.

Reações e negações

Marconi Perillo classificou as acusações como “leviandade” e nega qualquer envolvimento com os contratos sob suspeita.
O Jockey Club de São Paulo afirma ser vítima de “perseguição política” da Prefeitura, que rejeitou as contas do TDC e abriu uma auditoria interna.
A Elysium Sociedade Cultural diz atuar dentro da legalidade.

Consequências políticas e culturais

O caso repercute em meio à pré-campanha de 2026, na qual Perillo figura com 15,6% das intenções de voto em Goiás, segundo o instituto AtlasIntel.
A crise pode abalar sua imagem política e reacende o debate sobre a transparência na aplicação da Lei Rouanet e de incentivos fiscais voltados à cultura e ao patrimônio histórico.

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A auditoria da Prefeitura de São Paulo poderá exigir a devolução dos recursos e abrir espaço para investigações federais mais amplas.

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