• 28/04/2025

Saiba como identificar os sinais de bullying em crianças

O bullying entre adolescentes costuma ser o foco principal das discussões sobre convivência escolar, mas há um grupo que muitas vezes passa despercebido: as crianças entre 5 e 10 anos. Nesta faixa etária, os conflitos podem parecer “brincadeiras de criança”, mas o impacto emocional pode ser profundo – e difícil de identificar.

Segundo a psicóloga Luisa Brazão, especialista em crianças e adolescentes, o bullying durante este período tem características distintas. “Se diferencia devido ao repertório de comunicação da criança, à complexidade da estrutura linguística ou à força física, também à complexidade de relações interpessoais”, explica.

Enquanto adolescentes tendem a verbalizar melhor as situações, crianças pequenas podem apenas demonstrar incômodo ou tristeza sem conseguir nomear o que sentem.

“Um adolescente pode entender a situação e esboçar de forma clara e desenvolvida, uma criança pode perceber que algo aconteceu, que se sentiu mal, que não quer que aconteça novamente, mas ter dificuldade de elaborar tudo isso, exigindo que o adulto perceba mais seus comportamentos e falas, que pergunte para ter mais clareza do que está acontecendo”, pontua.

Leia também   Saiba como proteger as crianças de doenças de inverno na escola

Entre os sinais de alerta, estão mudanças no comportamento e recusas aparentemente sem motivos. “Pode-se perceber falas como ‘não quero ir’ ao ambiente onde pode encontrar o agressor. A criança pode chorar, ficar com medo de tudo, ficar isolado ou ter falas sobre a situação da forma que consegue”, ressalta a psicóloga.

Identificar o problema pode ser mais difícil justamente porque as crianças nesta faixa etária estão em fase de desenvolvimento emocional e linguístico. “A forma como relatam pode não ser tão clara e às vezes confusa”. Ela alerta que a própria vítima pode continuar se aproximando do agressor por não compreender completamente a dinâmica.

Leia também   Ser mãe...

Para exemplificar, Brazão descreve: “Uma criança de 8 anos, chamada Ana, está sofrendo bullying social, sendo excluída por outra, chamada Maria, e Maria pede para que as colegas não sejam amigas da Ana, mas isso não é sempre porque, às vezes, elas precisam de Ana para algo, seja uma matéria ou ter o número de pessoas necessário para brincar. Mas entender tudo isso é muito complexo, e Ana considera todas como amigas, mesmo que, várias vezes, já ouviu falas ruins.”

O apoio da família é essencial. “Dando amparo emocional, fazendo ela se sentir segura e dando modelos de como lidar com situações de conflitos com outras crianças”, explica a psicóloga, que também defende que o cuidado deve se estender à criança que comete o bullying, oferecendo suporte para desenvolver novas habilidades sociais e emocionais.

Leia também   Devemos vacinar crianças? Debate cresce com avanço da imunização

O impacto do bullying pode variar com o tempo, a intensidade e a forma como o caso é tratado. “Podendo as consequências serem passageiras e leves ou com maior permanência e maior seriedade.”

Já os responsáveis pelas crianças que praticam bullying devem estar atentos: “O adolescente consegue camuflar melhor seus comportamentos agressivos dos adultos, já a criança ainda faz muito isso em público sendo mais fácil de identificar durante o acontecimento”, destaca Brazão.

A psicóloga recomenda que se observe não apenas o comportamento em si, mas o motivo por trás dele: “Compreendendo a função facilita para ensinar outras formas de agir que sejam adequadas, treinando novas habilidades de como se comportar.”

(Portal Terra)

 

Read Previous

Ricardo Cappelli engana o povo da Estrutural com fake news

Read Next

Mega-Sena não tem ganhador; prêmio acumula e vai a R$ 8 milhões

error: Content is protected !!