• 22/01/2025

Golpes com Pix vão gerar prejuízo anual de R$ 11 bilhões para bancos e consumidores até 2028

Golpes financeiros com o Pix vão gerar prejuízo anual de até R$ 11 bilhões (US$ 1,937 bilhão) para bancos e consumidores brasileiros nos próximos três anos. A projeção foi divulgada nesta terça-feira, 21,  pela empresa de pagamentos em tempo real ACI Worldwide, em relatório produzido com a consultoria GlobalData.

O estudo aponta que as fraudes com o Pix devem crescer 39% em relação aos R$ 2,2 bilhões registrados em 2023, o maior avanço entre os seis países avaliados — Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Austrália, Emirados Árabes Unidos e Brasil.

Brasil será o mais afetado entre países analisados

A avaliação considerou os mercados que têm os maiores volumes de transações com sistemas de pagamentos instantâneos, como o Pix. Entre as seis economias analisadas, os prejuízos causados por golpes nesse segmento devem superar US$ 7,6 bilhões (mais de R$ 44 bilhões) até 2028, com o Brasil respondendo por um quarto desse total.

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Em comum, golpistas que se utilizam de pagamentos em tempo real costumam usar a tática de engenharia social, por meio de redes sociais, telefone ou aplicativos de mensageria. O intuito dos criminosos é aproveitar a confiança da vítima e fazer com que ela transfira dinheiro voluntariamente.

Os resultados finais da pesquisa foram obtidos a partir da combinação de dados internos da GlobalData, informações das fontes oficiais e análise global do mercado feita pela ACI Worldwide.

Fraudes comuns

A pesquisa também apontou, a partir de entrevistas, as principais modalidades de fraude que afetam os consumidores de cada país. No Brasil, a mais prevalente envolve golpes relacionados à venda de produtos (22%), em que a vítima paga por algo inexistente.

Outros tipos de fraudes incluem:

  • Golpes de investimentos: promessas enganosas de retorno financeiro (21%).
  • Pagamentos antecipados: transferências realizadas para garantir serviços ou produtos fraudulentos (17%).
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Além disso, a criação de um senso de urgência para convencer a vítima a realizar a transferência é uma tática comum. “No caso da urgência, o criminoso trabalha para convencer a pessoa a desligar as próprias proteções. É o caso de uma promoção imperdível, por exemplo, em que o pagamento precisa ser feito nos próximos minutos via Pix”, explica Cleber Martins, líder de Inteligência de Pagamentos e Soluções de Risco da ACI Worldwide.

Inteligência artificial potencializa golpes e também combate fraudes

Nos próximos anos, a empresa projeta que as fraudes que combinam engenharia social com uso de inteligência artificial (IA) tornarão o ambiente mais desafiador. Segundo Cleber Martins, a lógica dos golpes permanece a mesma, mas o uso de IA os torna mais convincentes, com conteúdos que recriam voz, imagem e até chamadas em vídeo das vítimas.

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Apesar disso, a IA também tem um papel importante na prevenção de fraudes. Ela pode ajudar ao analisar dados de transações em tempo real, identificar comportamentos suspeitos e facilitar a colaboração entre instituições financeiras.

“A próxima geração de IA vai permitir que os bancos aprendam juntos, em tempo real, quando os alertas de fraudes acontecem. A ideia é que os sinais possam ser trocados, sem que os dados dos clientes sejam compartilhados”, afirma Martins.

Medidas do Banco Central, como limites de transferência e verificação de dispositivos, já estão sendo implementadas para mitigar os danos. No entanto, o impacto dos golpes vai além das perdas financeiras: um quarto das vítimas afirmou que abandonaria a conta bancária comprometida, o que representa um risco significativo para bancos e fintechs no Brasil.

Agência o Globo

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