O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que queria que a guerra em seu país terminasse até 2025 por “meios diplomáticos” em uma entrevista transmitida no sábado, mas afirmou que o presidente russo Vladimir Putin não estava buscando a paz.
— De nossa parte, temos que fazer tudo o que pudermos para acabar com essa guerra no próximo ano. Temos que acabar com ela por meios diplomáticos — declarou à rádio ucraniana. Por outro lado, Putin “não quer a paz de jeito nenhum”, acrescentou.
Nesta sexta-feira, Zelenksy afirmou que a guerra entre Ucrânia e Rússia terminará “mais cedo” por conta da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. O republicano, eleito presidente na semana passada, tomará posse em meados de janeiro.
— É certo que a guerra terminará mais cedo com as políticas da equipe que agora comandará a Casa Branca. Essa é a abordagem deles, a promessa que fazem aos cidadãos — disse Zelensky em uma entrevista ao meio de comunicação ucraniano Suspilne, destacando, porém que “não há uma data exata”.
Zelensky fez referência à promessa do republicano de que acabaria com a guerra, reiterada inclusive durante uma chamada telefônica entre os dois em julho deste ano, quando Trump ainda era candidato republicano e prometeu resolver o conflito “em 24 horas”. O magnata também já disse repetidas vezes que a guerra a não teria começado se ele fosse presidente.
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O presidente ucraniano conversou com Trump por telefone na semana passada, conversa na qual também participou o bilionário e mais novo aliado do republicano Elon Musk. O assunto da conversa não foi revelado e Zelensky não deixou claro se fazia referência a essa conversa.
Depois que Trump foi declarado vencedor da corrida presidencial na quarta-feira, Zelensky pediu a Trump que ajudasse a fortalecer a Ucrânia contra a agressão russa.
“Para nós, na Ucrânia e em toda a Europa, sempre foi crucial ouvir as palavras do então 45º presidente dos Estados Unidos sobre ‘paz por meio da força'”, escreveu Zelenskyy nas redes sociais. “Quando esse princípio se tornar a política do 47º presidente, tanto os Estados Unidos quanto o mundo inteiro se beneficiarão, sem dúvida.”
Entretanto, a volta de Trump à Casa Branca alimenta incertezas sobre o rumo na guerra na Ucrânia, que teve início em fevereiro de 2022. O magnata, que nutre uma relação complexa com o presidente Vladmir Putin e já expressou sua admiração pelo russo, é mais suscetível a reduzir a ajuda militar e financeira à Ucrânia.
Trump criticou os bilhões de dólares desembolsados por Washington para ajudar Kiev e já demonstrou desprezo pela Ucrânia e pelo próprio mandatário ucraniano diversas vezes, chegando a culpá-lo pelo início da guerra.
No início deste ano, o republicano tentou convencer legisladores do seu partido a bloquear uma legislação defendida por Biden que incluía um robusto pacote de ajuda militar para a Ucrânia.
Sua promessa de pôr um fim rápido ao conflito é amplamente vista como uma forma de permitir que a Rússia mantenha o território que tomou desde que invadiu a Ucrânia. Durante um debate presidencial, Trump se recusou a dizer qual lado ele gostaria de ver vencer a guerra e sugeriu que Zelensky recebeu muita ajuda militar e financeira do governo de Joe Biden.
(Agência O Globo)