• 22/11/2024

Bianca Andrade analisa sua participação no BBB20: ‘Não tenho medo de me jogar e nunca vou ter’

“Não sabendo que era impossível ele foi lá e fez”, a frase do filósofo Jean Cocteau, tatuada no braço da quinta eliminada do BBB20, a famosa Boca Rosa, diz muito sobre sua personalidade. Bianca Andrade nasceu e cresceu no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro e, aos 25 anos, acumula quase 10 milhões de seguidores. Com sua marca de maquiagem, empregou toda a família e pretende ainda criar um instituto para profissionalizar mulheres da comunidade.

Pé no chão sobre sua passagem pelo BBB20, ela ergue a cabeça, não se vitimiza após eliminação, e fala sobre o namoro de mais de um ano com Diogo Melim: “Sinto que vou ter que ficar comigo mesma um tempo para não ferir mais ninguém. Estou tentando deixar meu relacionamento mais off-line, porque não sei o que vai acontecer.”

Apesar do clima com Guilherme em uma festa na casa, ela afirma que o considerava um amigo e, inclusive, o físico do galã – sarado e tatuado – não é tipo de homem que lhe chama a atenção. Sem filtro nas palavras, ela admite atração também por mulheres:

Me relacionei com uma menina antes do Diogo. Não tenho tabu, me deu vontade, a pessoa também, o sentimento é de verdade, vai. Minha mãe sempre me apoiou e tenho total liberdade para ser quem escolhi ser.”

Se tivesse uma segunda chance no BBB20, eu…

“Seria mais responsável nas festas e comigo mesma. Teria tido um outro comportamento com relação as meninas e os meninos. Não de não ter ouvido os meninos, mas de ter atrapalhado ou ter causado algum tipo de mal ao movimento feminista. Se entrasse novamente, ficaria mais confiante. Se ganhasse o prêmio iria investir no Instituto Bianca Andrade, que ainda farei na vida. Seria onde eu trabalharia e formaria um time para especializar mulheres da comunidade de onde vim para ampliar o trabalho através das redes sociais, assim como eu aprendi.”

Meninos e meninas

“Não tinha porque ficar com o Guilherme. Estava namorando, já estava apaixonada pelo Diogo. Houve a aproximação sim com o Gui, lá a gente sente tudo mais exposto. Eu, com bebida, quero beijar todo mundo e todo mundo sabe disso, só não tenho vergonha de falar. Minha mãe e meu pai sabem. Como viam o Gui muito comigo, foram criando esse trio com a Gabi. Queria beijar a Mari tanto quanto queria beijar o Gui. Selinho em amiga, Diogo não ligava. Quando eu brincava da Jenifer, solteira, meus amigos diziam que virava beijoqueira. Me relacionei com uma menina antes do Diogo. Não tenho tabu, me deu vontade, a pessoa também tem e o sentimento é de verdade, vai. Não vejo problema algum.”

“Minha mãe sempre me apoiou, nunca me prendeu e tenho total liberdade para ser quem eu escolhi ser. Namorei dos 14 aos 22 anos. Era o casal príncipe e princesa da internet. Cresci, virei mulher e comecei a ter conflitos internos, ideias mais diferentes. Ai quando fiquei solteira, antes do Diogo, me permiti fazer as coisas. Já me questionei: ‘Será que sou bissexual, heterossexual?’ Mas brinquei na casa com o Victor sobre essa questão, que se escolhi o Diogo, ao invés da menina que estava antes, devo ser hétero.”

“A gente tinha uma conversa que, se os dois estão extremamente apaixonados, então a gente não queria abrir o relacionamento. Sentia muitas saudades dele. Porque a gente fica muito frágil lá dentro e lembra das pessoas que mais te cuidam. A gente não convivia muito, por conta de trabalho, mas éramos muito parceiros. Só pegávamos o celular para gravar nossos momentos para arquivo morto ou para os netos. Pedi ele em namoro, em um quarto cheio de bola e nunca postei. Ele é bem mais romântico do que eu, cantor né? Era o que eu realmente merecia da minha vida. Toda mulher merece.”

“Eu dizia para ele: ‘Amor, não estou namorando de bobeira. Sou livre para caramba, para escolher estar namorando é porque gosto muito’. Nunca gostei de alguém como gosto dele, na intensidade que eu o amo e a gente se conecta. Algumas vezes cogitamos casar. Ainda não estou perguntando para meu coração o que estou sentindo, porque sei que vai doer. Bloqueio o sentimento quando vejo que não tenho tempo de tomar conta no momento. Vi na gravação que ele foi na plateia na primeira semana, me emocionei. Já entrei em contato com ele, vamos conversar, mas estou tentando deixar meu relacionamento mais off-line. Não sei o que vai acontecer e preciso deixar essa parte da minha vida mais protegidinha.”

Preparada para nova fase

“Quando eu saí do BBB tinha recebido muita crítica, mas ouvi muita gente dizendo que gostou da minha posição de ter sido a única eliminada querendo rever tudo e assumir os erros. Vi muita gente se identificando comigo, que passa por situações assim e quer evoluir. Sempre soube que vivo uma vida fora da caixinha, não tenho medo de me jogar e nunca vou ter. Pensei que sendo verdadeira poderia ir mais longe no programa. Estava confiante.”

“Quando vi as coisas se desenrolando fiquei aflita, principalmente com meu mundo aqui fora. No dia eliminação senti, por mais que isso não fizesse lógica para muita gente na casa, que precisava viver minha vida. Não estava mais aguentando, meu psicológico não estava mais saudável e nunca fiquei em um ambiente com a energia de tantas brigas em pouco tempo. Não falar com a Rafa me fragilizou, questão dos meninos e meninas, me fragilizou, não saber como estava meu relacionamento aqui fora, me fragilizou muito. Neste momento, quero viver um pouquinho, viajar.”

‘Entrei querendo ter meu trabalho conhecido nacionalmente. Até brinco que nada na minha vida foi feito de maneira tradicional, com certeza seria de uma maneira louca. Me arrisquei e fiz essa estratégia bem ousada de entrar no BBB e ele me deu completamente essa visibilidade. É um programa extremamente sólido, o assunto mais falado aqui fora. As pessoas estão enxergando bastante meu trabalho. Tenho vontade de trabalhar com comunicação. Da mesma maneira que trabalho com isso na internet, com certeza faria isso na TV. Seria meu foco, mais do que ser atriz. O melhor do BBB foi mostrar quem sou e não tenho só defeitos.”

Pelo buraco da fechadura

“Esqueci das câmeras toda hora, infelizmente. Se não tivesse, não teria tido tanta repercussão as coisas lá na casa. A gente esquece os closes selecionados, as cenas, naturalmente seu cérebro não é programado a entender que aquilo está passando como uma série. Quando entrei sabia que tinha câmera o tempo todo e ficava com medo. Ao mesmo tempo ficava falando para mim, ‘para de ter medo’ e ficava lutando para perder isso e me jogar. Quando comecei a trocar a roupa sem me incomodar, pensei, ‘estou em casa’. Senti falta da família, amigos, trabalho, equipe, seguidores, não foi do celular, acredite! Só peguei ele no dia seguinte que saí da casa.”

Torcida

“Torço para a Flay (Flayslane). Ela é uma pessoa louca, amo pessoas loucas! Ficamos muito amigas da metade para o final e gosto muito de ver como ela é genuína, não tem ego. Vejo muita gente fazendo de tudo pelo dinheiro e acho que o prêmio é recompensa do seu comportamento ali dentro. Ela merece e é a pessoa que mais quero encontrar, que vou levar na minha vida aqui fora. Não concordo com o Pyong, mas não quero levar para o lado pessoal. Gosto de jogo que as pessoas falam na sua cara. O jogo mais louco que vivi em toda minha vida. Minha mãe fala que voltei outra pessoa.”

Guilherme

“Desde o começo, ele sempre deixou claro que queria ficar com a Gabi, na minha cabeça ele era meu amigo. Eu super apoiei os dois, fui cupida e estava tranquila. Ele estava afim da menina e eu estava de boa. Tem amigos que sou carinhosa assim, apegada. Falei para Gabi que sinto que ele tem uma conexão comigo, como se fosse irmã. Para mim o rolê era esse. Eu só vi a questão do triângulo quando saí. Nunca passou na minha cabeça ficar com ninguém, principalmente homem. Eu não tenho muita atração pelo estilo do Gui. Não ligo muito para o estereótipo, grandão, tatuado. Já fiquei com muitos caras assim e comecei a selecionar não mais por perfil. Não importa se é bonito, feio, alto, magro… é personalidade me deixa fascinada na pessoa. Não sei onde que passo que sou mulherão, não me vejo assim. Os homens me chamavam de molequinha, gosto de tênis, calça.”

“Tudo que acontece comigo toma uma proporção que não acontece com outras pessoas. Não sei se é meu jeito, me questiono. Sei que estou colocando minha cara para bater, que tem os julgamentos, mas por que não julgam as outras pessoas assim e por que as pessoas têm sempre que apontar mais o lado ruim do que o bom de uma pessoa? Sofri tanto isso. Gostaria que umas pessoas vissem o que uma galera está vendo.”

“Tem muitas mulheres que estão vindo falar comigo que são como eu e não vão se fazer de perfeita. Tenho minhas qualidades. Tem muita mulher me colocando para cima. Não gosto de vitimismo. Odeio quando erro. Coloco meu rabo entre as pernas, tento resolver e tomar atitudes. Não gosto que ninguém passe pano na minha cabeça, já me critico demais. Mas queria poder falar mais das minhas qualidades. Minha marca tem um ano e meio e é uma das mais vendidas. Eu, Bianca, aos 12 anos vivendo em comunidade, quando que imaginaria chegar aqui? Tenho tatuado uma coisa que é a minha vida: Não sabendo que era impossível, ela foi lá e fez…”

Menina solta

“Tenho a Bianca todinha da comunidade comigo e faço questão de andar com pé no chão, comer com a mão, coisas que não são de etiqueta e que meu universo pede bastante. Sou meio sem modos, essa é minha essência. Sempre fui desse jeito e sou feliz assim. Sou mulher livre e tenho direito de fazer o que eu bem entender. Trabalho muito, quem olha meus bastidores, sem maquiagem, descabelada, sabe. Vivo uma vida de paz, amor e loucura. Hoje me sinto solteira e sinto que vou ter que ficar um tempo comigo mesma para não ferir mais ninguém.”

Vaidade

“Todo mundo me critica que fiz procedimentos demais e vê uma foto minha antiga e faz a comparação. Me achava bonita, tá? A última bolacha do pacote. Sempre tive autoestima. Mas fui mexendo porque achava que era mais bonito do outro jeito. Primeiro por conta do teatro, fiz dois anos de peças. Minha vaidade é cinco, de zero a dez. Fiz tudo já! Lipo, silicone, coloquei botox no rosto, fiz dente, nariz, não faço questão de ser natural, esquece!”

(Gshow)

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