Em parceria inédita com o programa Brasília Vida Segura, a Secretaria da Mulher promove uma ação de conscientização com ambulantes que vão trabalhar nos blocos de carnaval do Distrito Federal. O objetivo é disseminar informações para que esses trabalhadores saibam como agir caso presenciem situações de violência ou assédio contra mulheres, bem como prepará-los para identificar e prevenir intoxicações por consumo de álcool.
Para Thaiza Alves, que trabalhará como caixeira pela primeira vez, a responsabilidade de fazer um carnaval seguro é de quem está curtindo, dos ambulantes e do Estado. “Nós estamos fazendo esse trabalho para complementar a renda e vamos aproveitar para cuidar das mulheres, crianças e adolescentes. É importante que toda a cidade esteja atenta”, aconselha.
Ela e seu marido, Joab Torres, moram no Guará e ouviram atentamente os alertas da equipe de facilitadores dos cursos. “Quando as pessoas bebem ficam com a percepção de que se pode fazer tudo. E vamos dizer que não é assim”, complementou.
A secretária da Mulher, Ericka Filippelli, lembrou como é importante que toda sociedade esteja mobilizada e atenta para entender as situações de violência, bem como para denunciar caso elas aconteçam. “É importantíssimo que os ambulantes estejam passando por esse treinamento, pois eles estão ali bem próximos aos participantes das festas de carnaval, ouvem muitas coisas e observam o movimento das ruas”, destacou.
Capacitação gratuita
Em 29 de janeiro foi publicado o edital que convoca os interessados em exercer a atividade de vendedor ambulante na festa, que vai de 21 a 25 de fevereiro. A Secretaria das Cidades vai conceder mil autorizações, 300 das quais para barracas e 700 para caixeiros fixos.
Os atendimentos estão em curso no Parque da Cidade (ao lado da administração, no Estacionamento 13), nos dias 10 e 11 de fevereiro, das 9h às 17h.
Pacto mundial
O Brasília Vida Segura oferece a capacitação aos ambulantes gratuitamente, com ações de conscientização para a venda de bebida responsável. Para tanto, tem firmado compromisso global com o objetivo de diminuir em pelo menos 10% o consumo nocivo de álcool em seis cidades do mundo.
Na América do Sul, Brasília é a única cidade a receber o projeto. Tal pacto vida atender à Agenda 2030 da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“A gente está trazendo esses assuntos para que as pessoas entendam como devem agir nas possíveis situações de violência contra a mulher e consumo nocivo do álcool. Elas saem daqui pensativas e refletindo sobre o seu papel de trabalhador e cuidador social ao mesmo tempo”, explicou o facilitador dos cursos e oficinas Daniel Roberto.
Ele contou que os participantes dos cursos admitem que o excesso de álcool traz riscos para a sociedade, principalmente para as mulheres, pois elas estão em situação de maior vulnerabilidade. Os ambulantes também dizem não saber como ajudar no acolhimento de pessoas com sinais de intoxicação alcoólica.