O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), disse nesta sexta-feira (23) no Rio de Janeiro que o presidente Lula (PT) deve apoiar o seu candidato para a sucessão na presidência da Câmara, em eleição marcada para fevereiro de 2025. Lira não poderá disputar a reeleição de novo.
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“O presidente Lula tem a vontade dele e o direito dele de tentar fazer o sucessor dele, como eu tenho a minha pretensão, ouvindo, como sempre faço, a todos os líderes partidários e amigos na Câmara a fazer o nosso sucessor”, disse Lira.
“O presidente Lula sabe e disse que estará junto desse projeto de acompanhar para que eu tenha o direito de fazer o meu sucessor, e o PT, eu não penso que pensará diferente, porque não tem motivos, todos os compromissos que foram assumidos por essa Mesa Diretora estão sendo honrados”, disse Lira após evento nesta sexta (23) na FGV do Rio de Janeiro.
Apesar de nas conversas com aliados Lira não ter indicado quem será o seu candidato, há uma avaliação de que dois nomes estão mais fortes na disputa pelo seu apoio: o líder da União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP). Segundo relatos, Lira tem afirmado a eles que apoiará quem se viabilizar na disputa.
Há ainda dois líderes que correm por fora como possíveis alternativas. O do PSD, Antonio Brito (BA), e o do MDB, Isnaldo Bulhões Jr. (AL). Ambos têm cortejado o governo federal.
De acordo com interlocutores, Elmar e Pereira firmaram um acordo. Quando a eleição estiver mais perto, apenas um seguirá na corrida, no caso, o que tiver conseguido mais endosso entre os colegas.
Lula e Lira se reuniram na noite desta quinta-feira (22), no Palácio da Alvorada, ao lado de líderes partidários. O encontro ocorreu em meio a queixas dos parlamentares sobre a articulação política do Executivo.
Também participaram ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil).
Desde o fim do ano passado, a cúpula da Câmara tem se queixado da articulação do governo, do que consideram uma baixa execução orçamentária do Executivo e, principalmente, da atuação de Padilha, a quem acusam de não cumprir acordos —especialmente sobre as verbas do Ministério da Saúde apadrinhadas pelos parlamentares.
Segundo relatos dos participantes, o presidente sinalizou que quer aproximar o diálogo com os parlamentares e que encontros como esses deverão ser mais frequentes. Ele afirmou que tem a compreensão de que é preciso que Executivo e Parlamento andem em harmonia e sintonia.