“Scott Pilgrim Contra o Mundo“, lançado em 2010 nos cinemas, tornou-se daqueles filmes obrigatórios para quem ama cultura pop. Com dezenas de referências a games e ícones da música, a produção é considerada até hoje um fiasco de bilheteria—foram cerca de US$ 47 milhões de faturamento, contra US$ 60 milhões de orçamento de produção.
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Agora a história ganha uma segunda chance com o lançamento de “Scott Pilgrim: A Série”, que estreia nesta sexta-feira (17) na Netflix. Parece até uma loucura da plataforma de streaming em investir em uma produção que não teve o retorno devido nos cinemas, mas o personagem criado originalmente por Bryan Lee O’Malley sempre falou alto.
Em sua versão em história em quadrinhos, publicada em seis volumes entre 2004 e 2010, o público geek foi criando proximidade e se tornou um fã-clube fiel, incentivando até mesmo o desenvolvimento de um videogame no mesmo ano de lançamento do filme.
Apesar do fracasso de bilheteria, Scott Pilgrim entrou no rol de filmes cults. Seja por sua trilha sonora, ao revisitar o indie e o pop, ou por seu visual ultracolorido que referencia jogos da Nintendo, como “Mortal Kombat” e “Super Mario Bros”.
“Scott Pilgrim: A Série” chega em um momento oportuno, pegando carona com a nostalgia que vem tomando o audiovisual em 2023: basta pensar no live-action de “A Pequena Sereia“, lançado em maio, ou em “Barbie“, versão cinematográfica da clássica boneca divulgada em julho.
Para empolgar ainda mais os fãs, a série tem outra proposta: toda a história é apresentada em oito episódios curtos de 30 minutos e em anime. Para manter o gostinho de pertencimento antigo, os atores do filme, como Michael Cera (que vive o protagonista) e Mary Elizabeth Winstead (Ramona Flowers), dublam seus personagens originais.
Se não bastasse esse clima todo, há mais surpresas: a história apresentada na série sofre alterações em comparação ao filme. O F5 teve acesso à leva de capítulos e pode adiantar que há uma impressionante reviravolta ainda no final do primeiro episódio.
A história geral é a mesma: Scott Pilgrim terá que lutar (e vencer) os sete ex-namorados de Ramona, por quem acaba de se apaixonar. A jovem acaba de se mudar para sua cidade, Toronto, e a relação dos dois se desenrola como no longa original. No entanto, há um desvio de rota (que não podemos entregar, porque spoilers têm limite).
O seriado inédito entrega um bom conteúdo e se mantém fiel à história original. Assim como o longa dirigido por Edgar Wright, a produção com chancela Netflix respeita o legado e os elementos que fizeram o jovem geek ser enaltecido pelos millenials de plantão.
(Folha de São Paulo)