• 22/11/2024

Guerra põe em risco educação das crianças ucranianas, diz Unicef

Os dois anos de pandemia seguidos pela invasão russa da Ucrânia ameaçam a educação e a trajetória escolar das crianças ucranianas, alertou nesta terça-feira, 29, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

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A agência da ONU destaca que tanto as crianças que permaneceram na Ucrânia como as que fugiram do país após a invasão russa em fevereiro de 2022 tiveram o quarto ano letivo interrompido.

No total, o conflito e o exílio ameaçam a educação de 6,7 milhões de crianças e jovens ucranianos com idades entre 3 e 18 anos, denuncia Regina de Dominicis, diretora regional do Unicef para a Europa e Ásia Central.

As crianças desta ex-republica soviética já apresentam sinais generalizados de perda de conhecimentos, especialmente no domínio da língua ucraniana, da leitura e da matemática, alertou a especialista, após visitar o país.

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Em declarações à imprensa em Genebra, De Dominics afirmou que mais de 1.300 escolas foram “totalmente destruídas” e outras sofreram danos graves e não podem ser utilizadas.

“Na própria Ucrânia, os ataques às escolas continuam, deixando as crianças profundamente angustiadas e privadas de locais seguros para aprender”, afirma.

“Isso não só forçou as crianças ucranianas a lutarem para progredir na sua educação, mas também a não esquecerem o que aprenderam quando as suas escolas funcionavam normalmente”, explica De Dominics.

Quase metade dos professores ucranianos registrou deterioração no nível da língua, de matemática e de idiomas estrangeiros, indicam os dados citados pelo Unicef.

Além disso, apenas 33% dos estudantes ucranianos conseguiram prosseguir com os estudos de forma 100% presencial, 33% de maneira híbrida e outros 33% foram forçados a fazê-lo de forma remota.

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O Unicef destaca ainda que 66% das crianças em idade pré-escolar não frequentam as aulas. Nas áreas próximas ao front, o índice chega a 75%.

O papel da escola

As crianças ucranianas que fugiram do país também são afetadas pela guerra, afirma o Unicef.

Mais de metade delas não está matriculada no sistema escolar do país de acolhida, devido à barreira linguística, às dificuldades de transporte e à falta de espaço nas escolas locais, alerta a agência.

Diante da situação, algumas famílias tentam fazer com que os seus filhos acompanhem as aulas à distância, mas “algumas crianças refugiadas podem ter abandonado completamente os estudos”, afirma a agência da ONU.

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“Em tempos de crise ou de guerra, as escolas significam muito mais do que um local de ensino”, sublinha.

As instalações “podem proporcionar às crianças, que já enfrentam perdas, deslocamentos e violência, uma sensação de rotina e segurança, a oportunidade de fazer amigos e receber ajuda de professores”, explica o Unicef.

A escola também pode melhorar a alimentação, facilitar o acesso a vacinas e fornecer outras ajudas, acrescenta.

A agência trabalha com parceiros locais e internacionais, tanto na Ucrânia como nos países de acolhida, para melhorar o acesso à educação por meio da renovação de escolas e da organização de aulas de reforço.

O objetivo é ajudar, no próximo ano letivo, 300 mil crianças ucranianas que correm o risco de perder conhecimento adquirido.

(AFP)

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