Com o fim do recesso parlamentar de julho, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF (CLDF), que investiga os atos antidemocráticos dos dias 12 de dezembro e 8 de janeiro em Brasília, volta a funcionar na próxima quinta-feira (3), às 10h30. O presidente da CPI, deputado Chico Vigilante, do PT, conversou sobre o comparecimento do ex-ministro do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança, Anderson Torres, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, ao colegiado.
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“Eles (Anderson Torres e Mauro Cid) vão ter que comparecer. Nem que seja para ficar calado, mas eles vão ter que ir à Câmara Legislativa do DF. No dia, a gente vê se eles resolvem falar”, destacou Chico Vigilante.
De acordo com o cronograma divulgado pela CPI, neste mês de agosto estão previstos cinco depoimentos. O primeiro será com o major da PMDF, Flávio Silvestre de Alencar. Ele foi flagrado dando ordem de recuo aos PMs que se encontravam na Esplanada dos Ministérios enquanto os manifestantes tentavam invadir o Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 8 de janeiro.
Na sequência, no dia 10 de agosto, é a vez do ex-ministro do governo Bolsonaro, Anderson Torres. O depoimento do ex-secretário de Segurança é muito esperado e simbólico para a CPI da CLDF. Os distritais tentaram ouvir Torres em março, mas, ele, amparado por ordem judicial, não compareceu. Dessa vez, segundo Vigilante, ele vai.
Outra oitiva que também é muita aguardada é a do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. O militar é apontado como um dos mentores da minuta do decreto do golpe que daria poderes para Bolsonaro permanecer no cargo.
Chegar aos financiadores
Questionado sobre os rumos da CPI com a retomada dos trabalhos, Chico Vigilante afirmou que pretende dar continuidade nas investigações “para identificar os financiadores” dos atos antidemocráticos.
“Espero que a gente avance como fizemos no primeiro semestre e consiga chegar nos financiadores. Têm aqueles dois (empresários) que nós ouvimos, mas está pouco. Nós temos que chegar em mais gente para identificar os financiadores”, ressaltou o distrital.
Ao ser confrontado com o depoimento dado pelos empresários que afirmaram que são inocentes, Vigilante foi categórico em sua resposta. “O problema que todo mundo quando chega ali (na CPI da CLDF), quer virar santo”, ironizou o parlamentar
Outros depoentes
Além do major Alencar, Anderson Torres e Mauro Cid, a CPI da CLDF vai tomar o depoimento do delegado da PCDF, Leonardo de Castro Cardoso, e do coronel da PMDF, Reginaldo de Souza Leitão. O delegado está marcado para comparecer no dia 17 e o coronel no dia 31.
Confira abaixo o calendário:
Foto: Reprodução/Flickr
(José Fernando Vilela – Expressão Brasiliense)