Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DCPI) da Polícia Civil do Distrito federal (PCDF) prendeu, nesta sexta-feira (10/01/2020), Wellington de Sousa Lopes, 37 anos, apontado como o responsável pelo feminicídio da própria esposa Adriana Maria de Almeida, 29 anos.
Ela foi assassinada com 32 facadas dentro da residência do casal, no Setor Placas das Mercedes, no Riacho Fundo I, em 29/09/2019.
Ele estava foragido desde a data do crime e, agora, se encontra na Carceragem da PCDF e à disposição da Justiça. Na Polícia Civil ainda constam duas ocorrências de Lei Maria da Penha contra Wellington. Há quatro anos, o homem foi preso após tentar esfaquear Adriana. Acabou solto no dia seguinte. O outro caso ocorreu em 2017.
O casal se relacionava havia cinco anos e tinha uma filha pequena, de 4 anos, que teria entrado no meio da briga dos pais, em 2017. A criança evitou que o acusado desferisse golpes de faca na mãe.
Relacionamento conturbado
Adriana chegou a pedir medida protetiva contra o companheiro, mas retirou a solicitação. De acordo com familiares, o relacionamento deles era conturbado, sobretudo porque o suspeito teria ciúmes da parceira. No entanto, pessoas que residem próximas ao imóvel dos envolvidos dizem que o casal “parecia tranquilo e unido”.
Na manhã de domingo (29/09/2019), vizinhos ouviram gritos e objetos sendo quebrados no apartamento que foi palco do assassinato investigado como feminicídio, no Riacho Fundo.
Depois, o som alto do rádio abafou a discussão entre o casal, que morava havia pouco tempo no Conjunto 4 do Setor Placa das Mercedes. Doze horas depois, o corpo de Adriana foi achado.
Imagens do circuito de segurança do prédio mostram os dois chegando na noite de sexta (22/09/2019). Eles aparentavam estar tranquilos. Depois, o suspeito sai por volta das 9h de domingo (29/09/2019). Ele parecia estar apressado e carregava um saco preto grande nas costas.
O crime chocou a vizinhança. Segundo testemunhas, o casal vivia em regime de união estável.
“Conhecia os dois de vista, a gente se cumprimentava. A primeira briga que escutei foi ontem [domingo]. Eram vários gritos, mas não consegui ouvir as palavras. Tinha também barulho de coisas quebrando. Depois, colocaram um som muito alto e pensei que estava tudo bem. Veio um silêncio em relação à discussão. O som ficou ligado na rádio o dia todo, bem alto. O que causou o estranhamento foi isso”, relata uma pessoa que mora no prédio.
A vizinha lembra que o ventilador ficou em cima do corpo de Adriana, achado no quarto. Ela diz que havia muito sangue no chão. A faca foi encontrada no banheiro. O companheiro teria fechado todos os vidros.
“Não tinha nada aberto, coisa que não ocorria, pois as janelas ficavam abertas”, pontua a mulher. Desconfiados após o som ficar ligado o dia inteiro em volume alto, os moradores do edifício acionaram os familiares do casal. Um chaveiro conseguiu abrir a porta.
(Metrópoles)