• 18/08/2025

Cartões de crédito estão com os dias contados e devem acabar? Entenda

Os cartões de crédito devem acabar em breve. Pelo menos, essa é a opinião de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, ante a possibilidade de obter crédito através do Pix de maneira mais simples e com menos taxas do que no método tradicional.

Veja também

Caixa começa a pagar Bolsa Família com novo adicional de R$ 50

“Com o crédito no Pix você não precisa mais, em tese, de cartões de crédito ou de MDR (taxa de desconto que as credenciadoras recolhem dos lojistas). Você consegue replicar o fluxo que hoje o cartão de crédito faz entre o banco, o lojista e o consumidor”, disse Campos Neto.

A declaração foi dada em um evento realizado no Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), com a presença de grandes nomes do mercado. Na ocasião, Campos Neto também revelou que o BC estuda mudanças na utilização do cartão de crédito, o maior responsável pelo endividamento no País. “Cartões puxam o spread [diferença entre o preço de compra e venda de uma ação, título ou transação monetária] muito para cima. A inadimplência no cartão de crédito subiu para 52%”, afirmou.

Leia também   INSS divulga calendário de pagamentos para 2025

Essa, porém, não foi a primeira vez que o presidente do BC tocou no assunto.

O que pode mudar?

A ideia do Banco Central é que, futuramente, cada pessoa tenha instalado em seu smartphone um aplicativo que irá integrar bancos, com o sistema chamado open finance. Isto é, não será necessário ter mais de um aplicativo de instituições bancárias para acessar suas contas e fazer transações — todas as informações serão concentradas em um único lugar, inclusive as taxas de crédito para todas as contas disponíveis.

O Pix, que se tornou o método de pagamento mais usado pelo brasileiro pouco tempo depois de ser lançado, já oferece a possibilidade de fazer compras na modalidade crédito.

Leia também   Varejo registra alta de 6,3% no faturamento nominal na Black Friday

Com a integração do open finance e Pix no crédito, a necessidade de usar os cartões de crédito deixa de existir, segundo explica o economista e fundador da Rota Investimentos, Tiago Velloso. “A ideia é substituir o cartão de crédito físico para o que hoje já é utilizado, o celular, com transações feitas pela carteira digital e aplicativos. A grande transformação é o open finance“, diz.

A mudança pode ser impulsionada com os baixos custos da transação, visto que as operadoras de crédito – que ‘mordem’ uma fatia da compra em taxas ao vendedor -, deixam de participar da equação. Além disso, com o Pix, o vendedor não precisa esperar o prazo de 30 dias para ter acesso ao dinheiro das vendas, como acontece geralmente com as maquininhas.

Leia também   Federação dos bancos dá dicas de como evitar golpes na Black Friday

O maior impacto negativo deve recair sobre as bandeiras, como Visa e MasterCard, por exemplo. Isso porque, sem a necessidade de uma intermediadora entre banco e vendedor, elas perdem sentido. Para que continuem no mercado de pagamentos brasileiro, será preciso alguma adaptação, segundo Orli Machado, CEO da C&M Software, uma das empresas autorizadas pelo BC a transacionar o Pix no País.

“Elas [bandeiras] estão em uma situação um pouco complicada neste momento, porque precisam criar um sistema de mecanismo que tenha repasse de valores em tempo zero”, explica. Desta forma, o vendedor receberia os pagamentos instantaneamente, seguindo a proposta do Pix. “Embora elas tenham bastante tradição no mercado, agora têm que provar que conseguem fazer algo melhor”, conclui.

A reportagem  procurou Visa e MasterCard para comentar. A matéria será atualizada quando houver resposta.

(Portal Terra)

Read Previous

Dia Mundial do Refugiado: ONU pede apoio, solidariedade e inclusão

Read Next

Senador Omar Aziz (PSD-AM) cumpre promessa e exclui Fundo Constitucional do arcabouço fiscal

error: Content is protected !!