Por vontade própria, o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, do MDB, esteve na Polícia Federal, na sexta (13), para dar depoimento sobre a atuação do governo do DF durante as invasões e atos de vandalismo e depredação praticados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, no dia 8 de janeiro, no Congresso Nacional, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Palácio do Planalto.
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À PF, Ibaneis contou como foi a sequência de ações executadas pelas forças de segurança do DF, sob o comando do então secretário de Segurança Pública em exercício, o delegado Fernando de Souza, até culminar na intervenção federal decretada pelo presidente Lula, do PT.
Em seu depoimento, o governador afastado destacou que foi municiado, no decorrer de toda a operação, por informações que partiam do então secretário de Segurança e que, segundo o delegado, tudo transcorria tranquilamente, pois a manifestação estava sendo acompanhada e monitorada pelas forças de segurança da capital federal.
Diante da situação de normalidade, Ibaneis Rocha descreveu que passou a acompanhar as movimentações pela TV e que ao ver as invasões e atos de vandalismo e depredação às sedes dos três poderes, ele deu ordens para que todo o aparato policial entrasse em ação e que prendessem os envolvidos.
“Determinou ao secretário de Segurança em exercício “coloca tudo na rua” e na sequência ainda disse “tira esses vagabundos do congresso e prendam o máximo possível”, diz um dos trechos do depoimento de Ibaneis Rocha à PF obtido pelo Expressão Brasiliense.
De acordo com as declarações de Ibaneis, enquanto a PMDF, por meio do Batalhão de Choque e da polícia montada, agia na Esplanada dos Ministérios para controlar a situação, ele determinou a exoneração de Anderson Torres, pois “perdeu a confiança no seu então secretário”.
Sabotagem
Sem querer generalizar, Ibaneis Rocha disse que ficou revoltado ao ver as imagens de alguns PMs “confraternizando com manifestantes”.
“Houve algum tipo de sabotagem que a investigação ora desenvolvida deverá esclarecer”, disse em seu depoimento.
No final, Ibaneis reiterou que nunca integrou ou foi conivente com grupos criminosos que praticaram os atos de vandalismo e que ele respeita o resultado das urnas e a Justiça Eleitoral como um todo.
Ibaneis Rocha permaneceu na PF por cerca de três horas e seu depoimento foi acompanhado por seus advogados.
(Expressão Brasiliense)