A Ucrânia acusou a Rússia de lançar ataques a infraestruturas importantes em Kiev e outras regiões do país neste sábado (14), um dia depois de Moscou assumir o controle da cidade de Soledar, no leste, após uma batalha feroz.
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Várias explosões ressoaram em Kiev pela manhã, informaram jornalistas da AFP e, segundo autoridades ucranianas, os ataques tiveram como alvo infraestruturas importantes da capital.
“Um ataque com mísseis a infraestruturas importantes” está em andamento em Kiev, disse o conselheiro presidencial ucraniano Kirilo Timoshenko no Telegram.
Por sua vez, o prefeito da capital, Vitali Klitschko, denunciou explosões no distrito de Dniprovskiy e pediu aos moradores que “fiquem em abrigos”.
Vários fragmentos de um míssil caíram no distrito de Golosiivsky, mas ninguém ficou ferido, disse Klitschko.
“Hoje, o inimigo disparou novamente contra as infraestruturas de energia”, disse a operadora ucraniana Ukrenergo, acrescentando que está trabalhando para “apagar as consequências” desses ataques.
Na região de Kharkiv (nordeste), “o inimigo lançou outro ataque com mísseis contra infraestruturas importantes”, disse o governador Oleg Sinegubov.
Ele acrescentou que pode haver cortes de energia de emergência na cidade, a segunda maior da Ucrânia.
Ataques também foram relatados mais ao sul, na região de Zaporizhzhia.
“O inimigo está novamente atacando o território da Ucrânia”, declarou também o chefe da região de Cherkasy (centro), Igor Taburets, acrescentando que espera alertas em grande escala durante o dia.
Desde outubro, e após uma série de contratempos na Ucrânia, a Rússia bombardeia metodicamente a infraestrutura vital do país, forçando as empresas de energia a restaurar a rede o mais rápido possível à medida que o inverno se intensifica.
Na linha de frente, a luta por Soledar “continua”, declarou o Estado-Maior ucraniano na sexta-feira, sem dar mais detalhes.
Horas antes, o Ministério da Defesa russo declarou que Soledar, uma pequena cidade com uma população de cerca de 10.000 habitantes antes do conflito, havia sido “libertada” na noite de 12 de janeiro.
O Exército russo elogiou as “ações corajosas” dos combatentes do grupo mercenário Wagner, cujos homens lideraram “o ataque direto às áreas residenciais de Soledar”.
O porta-voz do comando oriental do Exército ucraniano, Sergei Cherevaty, disse que suas tropas mantêm a situação “sob controle em condições difíceis” diante das “melhores unidades de Wagner e outras forças especiais russas”.
Reino Unido envia tanques à Ucrânia
O Reino Unido fornecerá à Ucrânia tanques Challenger 2 e será o primeiro país a enviar tanques pesados de fabricação ocidental para ajudar o país contra uma invasão russa, disse o governo em comunicado neste sábado.
Durante uma conversa telefônica com o presidente ucraniano Volodimir Zelensky, o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak enfatizou “o compromisso do Reino Unido em intensificar seu apoio à Ucrânia, incluindo o fornecimento de tanques Challenger 2 e sistemas de artilharia adicionais”, segundo Downing Street.
O governo não disse quantos tanques enviará, quando ou como fornecerá treinamento no uso e manutenção do Challenger 2.
Segundo o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), com sede nos Estados Unidos, a captura de Soledar é “improvável de anunciar um cerco iminente a Bakhmut”, cidade que é o principal alvo do Exército russo, localizada 15 quilômetros a sudoeste de Soledar.
A luta em torno de Soledar começou há vários meses, mas aumentou acentuadamente sua intensidade nos últimos dias.
Para combater o Exército russo, a Ucrânia pediu novamente na sexta-feira a seus aliados ocidentais mais armas e equipamentos militares, incluindo tanques pesados e mísseis de longo alcance.
“Para vencer esta guerra, precisamos de mais equipamento militar, equipamento pesado”, disse Andrey Yermak, chefe de gabinete da Presidência ucraniana, no Telegram.
O Conselho de Segurança da ONU voltou a se reunir na sexta-feira para discutir a situação na Ucrânia, quase 11 meses após o início da invasão russa.
“Ucrânia, Rússia e o mundo não podem permitir que esta guerra continue”, disse a secretária-geral adjunta da ONU para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo.
(AFP)