O trânsito foi fechado, a passagem de transição sob o Eixão interditada e o Governo do Distrito Federal (GDF) deu início nesta sexta-feira (22) às obras de recuperação dos viadutos das tesourinhas entre as quadras 15 e 16 da Asa Norte.
As estruturas – de mais de 50 anos e nunca recuperadas – finalmente serão reestruturadas para garantir a segurança de milhares de motoristas que transitam diariamente pelo Plano Piloto.
Pela manhã, equipes do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) já estavam no local sinalizando com placas as interdições das alças de acesso pelos eixos W (eixinho de cima) e L (eixinho debaixo) e as passagens entre as quadras 115/116 e 215/216.
Pelos próximos 90 dias, os veículos que quiserem transitar entre essas quadras deverão pegar as tesourinhas da 13/14 Norte.
Chefe de Apoio Operacional do Detran-DF, Rogério Cardoso Netto informou que nos horários de pico, a concentração de veículos será mais intensa nas tesourinhas seguintes, o que já era previsto.
As agulhinhas, vias de acesso direto das tesourinhas ao Eixão, também ajudam a dar maior fluidez ao tráfego nessas quadras. “Alguns condutores nos abordaram curiosos e muitos deles aplaudiram a iniciativa do governo. É uma manutenção muito aguardada. ”
O que será feito
Na tarde desta sexta-feira, a empresa vencedora do contrato de licitação e responsável pela recuperação das oito tesourinhas da Asa Norte testou, junto a técnicos da Novacap, a máquina de limpeza a jato da superfície de concreto dos três viadutos.
Com pinturas, cartazes afixados e sujeira acumulada ao longo dos anos, esta será a primeira fase do processo de recuperação das estruturas. Caberá a empresa pública vistoriar a execução do plano de obras.
Depois dessa etapa, engenheiros e técnicos farão a inspeção visual da estrutura de concreto, além da chamada metodologia de bate choco (ou ensaio à percussão). É quando se verifica a presença de fissuras e espaços ocos na construção. Se identificados, a área é demarcada, aberta e preenchida com concreto. No viaduto da 115/116 Norte, há várias vigas de madeira, envelhecidas, da construção original.
A armadura de aço também é conferida e o metal, se corroído, tratado ou substituído. Um produto anticorrosivo é aplicado e a ponte de aderência – produto que funciona como uma cola e que permite a afixação do velho concreto ao novo –, feita, preenchendo os espaços com argamassa.
Logo depois, todo o concreto será realcalinizado, como paredes e lajes, cristalizado (uma espécie de impermeabilização). O excesso desse produto é tirado, uma camada fina de argamassa é aplicada para “fechar” os poros do concreto, uniformizando-o. “Isso é o que aumentará a durabilidade do concreto”, informou o engenheiro civil Felipe Braga de Moura, um dos responsáveis pelas obras.
A pintura final, equivalente a um cobrimento de concreto, alta e incolor, dará o arremate da recuperação, dando melhor aspecto ao concreto aparente dos viadutos. A única intervenção na parte superior dos viadutos serão as derrubadas e construções de novas muretas de proteção dos veículos – nos eixinhos e no Eixão.
As obras de recuperação das tesourinhas serão feitas em quatro etapas, conforme explica o vídeo a seguir.
(Agência Brasília)