Passa a valer nesta quarta-feira, 20, a redução de 4,9% do preço da gasolina nas refinarias da Petrobras. O corte foi anunciado ontem pela petroleira, em meio às quedas na cotação do petróleo no mercado internacional.
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O litro de gasolina terá uma redução de R$ 0,20 nas refinarias, passando de R$ 4,06 para R$ 3,86 por litro (o valor final ao consumidor nos postos é maior do que isso, porque inclui ainda outros fatores, como tributos e margens no restante da cadeia).
A redução é a primeira feita pela Petrobras desde 15 de dezembro.
Os demais combustíveis, como diesel, GLP (usado no gás de botijão) e gás natural, seguem com os preços atuais.
A Petrobras afirmou em nota que “acompanha a evolução dos preços internacionais de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina”.
A estatal disse ainda que “busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.
No mês passado, em movimento contrário, a Petrobras havia aumentado o preço da gasolina perto dos mesmos 5% em 18 de junho, quando o petróleo estava em alta no mercado internacional.
Agora, a redução acontece em meio à queda do preço do barril de petróleo, com os temores de uma recessão global derrubando o preço da commodity.
O barril do tipo Brent, usado como referência pela estatal brasileira, teve sua primeira queda mensal em junho desde o começo da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro.
O Brent chegou a ficar abaixo do patamar de US$ 100 na semana passada, mas voltou a se recuperar e era cotado perto de US$ 106 no começo da tarde desta terça-feira.
A Petrobras vinha sendo pressionada a reduzir o preço diante da queda internacional do petróleo, mas um desafio segue sendo o dólar, que subiu nas últimas semanas e permanece muito volátil, também impactando os preços dos combustíveis.
A redução no preço da gasolina diz respeito somente ao combustível nas refinarias da Petrobras, que respondem por cerca de 80% da gasolina vendida no Brasil. O restante é vendido por importadores ou refinarias privatizadas, já a preços de mercado.
Para além dos R$ 0,20 cortados pela Petrobras, o preço final ao consumidor na bomba pode ter variações diversas, porque depende ainda de tributos, preço do etanol anidro (misturado à gasolina obrigatoriamente) e margens de lucro ao longo da cadeia de distribuição e revenda.
Nessa frente, o combustível vendido ao consumidor também vem tendo queda nas últimas semanas diante da redução nas alíquotas de ICMS, além de tributos federais zerados para gasolina (e para o diesel anteriormente).
Com as mudanças, o preço médio da gasolina no Brasil fechou a semana encerrada em 16 de julho (sábado) em R$ 6,07, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP) em mais de 5 mil postos.
Em quatro semanas, a queda foi de 18%. O preço médio da gasolina há um mês, na semana até 19 de junho, era de R$ 7,39/litro.
O preço do petróleo foi às alturas desde o fim do ano passado com a retomada da economia global após o auge da pandemia e, neste ano, com a guerra na Ucrânia. Assim, a variação internacional fez a Petrobras também ter de subir os preços no Brasil em meio ao preço de paridade de importação (PPI), estabelecida pelo governo brasileiro, como controlador da estatal, a partir de 2016. A medida, no entanto, vem gerando embate entre o governo do presidente Jair Bolsonaro e a diretoria da estatal. Para além do preço da gasolina, a Petrobras deve ser também pressionada a reduzir o preço do diesel, que por ora segue inalterado.