• 22/11/2024

Feminicídio: mulher levou cinco facadas do marido antes de incêndio na Asa Norte

a Polícia Civil do DF confirmou que a mulher morta durante incêndio em um apartamento do Bloco A da 310 Norte, na madrugada desta quarta-feira (30/1), foi assassinada pelo próprio marido. De acordo com a corporação, ela levou cinco facadas antes de morrer. O feminicida também morreu após o quarto do casal ser consumido pelas chamas. Ele não conseguiu fugir a tempo e acabou inalando muita fumaça. Segundo a polícia, a intenção era mascarar o assassinato.

Segundo o delegado Laércio Rosseto, da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), a vítima, Veiguima Martins, 56 anos, já havia registrado ocorrência por ameaça e lesão corporal contra o marido.

Parentes do casal que foram ao prédio disseram que José Bandeira da Silva, 80 anos, era violento com a servidora da Secretaria de Educação. “Ele a agredia, prendia. Ela retirou a queixa na delegacia, pois ficou com pena dele pela idade. Batia nela há quatro anos. Ele tinha ciúmes de todo mundo, queria a atenção só pra ele. Até dos netos. Todo dia eu a alertava do perigo”, contou Raquel Martins, filha da vítima.

Leia também   Correios terão alteração no expediente durante festas de fim de ano

“Morreu porque ficava com dó e pena dele. Minha irmã era uma pessoa de coração muito bom”, lamentou Rozilene Martins, 47, servidora pública.

“Mais um evento trágico de violência contra a mulher. Ela já tinha registrado ocorrência contra ele no ano passado, pois ele dizia que ia matá-la”, disse o policial. Agora, os investigadores aguardam o resultado da perícia para entender a sequência de eventos.

Vizinhos relataram terem ouvido gritos e barulho de briga antes do incêndio. Também chamou atenção da polícia o fato de as mãos de José Bandeira estarem feridas e a roupa dele suja de sangue.

Outro filho da mulher, que não se identificou, confirmou ao delegado que o homem já tinha histórico de ameaça. Eles eram casados há mais de 10 anos e estavam em fase de separação.

Por volta das 4h40, equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para conter as chamas. José Bandeira da Silva chegou a ser resgatado com vida, mas não resistiu à intoxicação grave pela inalação de fumaça. Os socorristas tentaram reanimá-lo por mais de 50 minutos. O corpo de Veiguima foi encontrado carbonizado no quarto do casal.

Leia também   Marido mata mulher a tiros na frente da filha em Valparaíso

De acordo com informações preliminares, o fogo teria começado em um dos quartos do imóvel.

As chamas atingiram três cômodos do apartamento, e a fumaça invadiu os corredores da prumada. Assustados, os demais moradores saíram correndo do prédio.

Moradores assustados
Muitos moradores do prédio ainda dormiam quando o fogo começou a se alastrar pelo quarto do casal que morreu no incêndio. De acordo com o médico Rodolfo Duarte, 37, que mora na unidade ao lado do apartamento atingido, ele não era próximo das vítimas.

“Só acordei quando os bombeiros chegaram ao local e quis ver se o cachorro estava bem. Fiquei bem assustado. Não tinha nem fumaça no meu quarto, mesmo sendo o apartamento ao lado”, relatou.

Leia também   Detran-DF realiza leilão de veículos apreendidos na próxima semana

Já o vizinho Jorge Tosta, 63, estava na sala de casa quando começou a sentir o cheiro de queimado. “Minha família desceu antes e eu fui depois. Era muita fumaça, o olho ardia muito. Na hora em que fui sair, desmaiei e meu próprio peso fechou a porta. Os bombeiros me salvaram e foram muito eficazes no resgate. Quando acordei, estava desorientado ainda, assustado”, contou.

O analista de sistemas Bruno Carneiro, 34, e a publicitária Sanaa Ghazal, 33, ficaram em pânico com o incêndio. O casal procurou deixar o prédio o mais rápido possível. Bruno estava acordado e foi fechar a janela quando sentiu um cheiro muito forte de plástico queimado. Preocupado, acordou a esposa.

O morador desceu em seguida e viu o fogo. O casal começou a bater em várias portas vizinhas na tentativa de alertar outros moradores, mas muitos estavam dormindo e não ouviram. “Me senti impotente. Não tinha como alertar ninguém, pois não tínhamos recursos”, lamentou Bruno.

(Metrópoles)

Read Previous

Assassino da 316 Norte não demonstrou remorso em depoimento à polícia

Read Next

Prazo para indicação de créditos do Nota Legal é prorrogado até 8/2