• 23/11/2024

Secretaria de Saúde utiliza cada vez mais fitoterápicos em tratamentos médicos

A experiência popular alinhada ao conhecimento cientifico dos farmacêuticos da Secretária de Saúde é uma fórmula que deu certo. Prova disso é o Núcleo de Farmácia Viva, que há 29 anos trabalha na produção de medicamentos cuja matéria-prima ativa são os vegetais, os chamados fitoterápicos. A Secretaria distribuiu, de forma gratuita, à população do Distrito Federal, no ano passado, cerca de 27 mil medicamentos em 21 Unidades Básicas de Saúde. A intenção é aumentar a estrutura para ampliar a produção.

“Há 30 anos falar em fitoterápico e atenção primária era um tabu. Hoje, não. Prova de que deu certo é que a Farmácia Viva está há tanto tempo funcionando bem e atendendo cada vez mais gente”, comemora Nilton Neto, chefe do Núcleo.

Localizada no Riacho Fundo 1, a Farmácia Viva atualmente ocupa o espaço da antiga residência do ex-presidente da República Ernesto Geisel. No local, trabalha uma equipe de 13 funcionários. Entre eles, farmacêuticos e técnicos responsáveis por produzir, em média, 2.300 fitoterápicos ao mês.

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O secretário de Saúde Osney Okumoto estuda a possibilidade de reformar e ampliar a estrutura da Farmácia Viva, iniciativa pioneira no Brasil em relação ao fornecimento de medicamentos fitoterápicos para a rede pública de saúde. “Esta é uma experiência exitosa”, elogia Okumoto. “Mas já está no limite da sua produção, em decorrência do tamanho da área do laboratório disponível. Como secretário e farmacêutico, quero participar desse projeto de ampliação e oferecer condições melhores”, afirmou, ressaltando que o local é uma construção antiga e tem a necessidade de expansão.­­­­

Plantas

As plantas usadas na confecção das fórmulas são cultivadas de forma orgânica na área da própria Farmácia Viva e, também, nos terrenos do Complexo Penitenciário da Papuda e do Centro Nacional de Recursos Genéticos, parceiros do projeto.

Após a colheita, as ervas são selecionadas, secadas em estufa e trituradas até se transformarem em pó. Com o material, é feita a extração da tintura ou extrato com álcool. A exceção é para a babosa, que é utilizada na versão fresca para a produção do gel cicatrizante. Todos os medicamentos produzidos são certificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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Resultados

O resultado é percebido no dia a dia, com a farmácia sempre cheia de pessoas à procura dos fitoterápicos. “Esses medicamentos têm uma credibilidade muito grande junto à população porque agregam cultura com pesquisa científica. É a junção da tradição com a ciência. Por serem mais naturais, eles têm uma maior aceitação do paciente”, explica Josias Junior, enfermeiro que há 30 anos trabalha na secretária de Saúde.

É importante ressaltar que mesmo sendo medicamentos de origem vegetal, os fitoterápicos não podem ser usados sem a prescrição de um médico, farmacêutico, enfermeiro ou de um nutricionista. “O ideal é que eles sempre passem antes por um especialista da saúde, pois há outros problemas como hipertensão, diabetes ou uso de outras medicações. Não é porque é natural que não faz mal”, afirma Fernanda Melchior, médica de Família e Comunidade.

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A paciente Lindalva Alves da Paixão, moradora de Taguatinga, utiliza o gel de baleeira, carro-chefe da Farmácia Viva, há um ano e meio. “Ele faz muito bem para mim, eu prefiro remédios fitoterápicos. Os efeitos são mais lentos, porém significativos. A minha irmã usou a tintura de boldo e tintura de funcho e gostou muito, também”, conta Lindalva.

Produtos

A Farmácia Viva produz nove medicamentos, de sete plantas diferentes. As principais plantas medicinais cultivadas no local são:

Guaco: auxilia no tratamento de gripe, resfriado e infecções respiratórias que apresentam muco;

Babosa: ajuda na cicatrização de machucados;

Boldo: auxilia na digestão;

Erva baleeira: antiinflamatório em dores associadas a músculos e tendões;

Alecrim pimenta: antisséptico e antimicótico escabicida.

Confrei: cicatrizante, equimoses hematomas e contusões.

Tintura de funcho: antiflatulento, antidispéptico e antiespasmódico.

(Agência Brasília)

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