• 15/05/2024

Petrobras elevará em 15% preço do diesel na refinaria; gasolina subirá 10%

A Petrobras elevará em cerca de 15% o preço médio do diesel nas refinarias e em mais de 10% o da gasolina, a partir de amanhã, informou a petroleira nesta quinta-feira, diante de um avanço do valor do petróleo no mercado externo e de fatores como o câmbio.

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Com o movimento, o diesel –combustível mais consumido do país– terá um aumento nas refinarias de em média R$ 0,34 por litro, para R$ 2,58 por litro.

Embora o repasse não seja automático e dependa de outros fatores, como impostos, o reajuste que agradou o mercado tem o potencial de aumentar a tensão entre os caminhoneiros, que ameaçaram com uma greve no início do mês.

As ações preferenciais da Petrobras subiram para uma máxima de quase R$ 31 logo após o anúncio. Por volta das 12:20, operavam perto de uma estabilidade, a R$ 29,58, enquanto o Ibovespa caía 0,58%.

Já a gasolina terá elevação de cerca de R$ 0,23 por litro, para R$ 2,48.

Foi o segundo reajuste anunciado para ambos os combustíveis em fevereiro e depois de a petroleira estatal ter sofrido com temores do mercado sobre possíveis interferências políticas na sua prática de preços.

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Em comunicado nesta quinta-feira, a Petrobras reiterou que sua política de preços segue a paridade de importação, sendo influenciada pela variação do preço do petróleo e do câmbio, dentre outras questões.

Além disso, a empresa ressaltou que “o alinhamento dos preços ao mercado internacional é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras”.

O preço do petróleo Brent, referência internacional, subiu cerca de 15% no acumulado de fevereiro.

O repasse dos reajustes nas refinarias aos consumidores finais nos postos não é garantido, e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de biocombustíveis.

DE VOLTA À PARIDADE?

O chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva, afirmou à Reuters que o movimento da Petrobras levou os preços de volta à paridade de importação, após vários meses em que a petroleira estaria praticando valores abaixo do mercado externo, de acordo com seus cálculos.

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“Foi um reajuste bem alto… para ver como estava defasada a conta de paridade para trazer o produto (do exterior). É um movimento necessário por conta da alta do preço do petróleo e da desvalorização do câmbio”, disse Silva.

“A gente começava a ter risco de falar em desabastecimento de produto a partir de março, porque nenhum agente privado estava trazendo nada… agora abre de novo a paridade para importação, os agentes privados talvez voltem a se movimentar para trazer produto, ou mesmo a própria Petrobras pode trazer produto sem tomar prejuízo.”

Entretanto, mesmo após o anúncio dos reajustes, a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) afirmou que, nos seus cálculos, ainda haverá uma defasagem dos preços da Petrobras, de 0,08 real por litro na gasolina e R$ 0,13 por litro no diesel.

Os importadores vêm apontando dificuldades de realizar compras externas devido aos preços da petroleira estatal, dona de quase 100% da capacidade de refino do Brasil.
O presidente da Abicom, Sérgio Araújo, disse que ainda não obteve resposta de ofício encaminhado em 8 de janeiro à reguladora do setor de petróleo ANP, com cópia para o órgão antitruste Cade, questionando as práticas de preços da Petrobras.

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PREÇOS NOS POSTOS

As críticas dos importadores ocorrem enquanto o governo de Jair Bolsonaro sofre pressão dos caminhoneiros, pelos altos preços do diesel.

No último levantamento da ANP, a cotação média do diesel nas bombas atingiu R$ 3,811 por litro na semana passada, alta de 1,3% em relação à semana anterior, o que marcou o terceiro aumento consecutivo.

O presidente da República cobrou publicamente, no início do mês, explicações da Petrobras e de ministérios sobre a formação de preços no Brasil.

Após uma reunião, o governo se comprometeu a buscar uma forma de reduzir a exposição do mercado brasileiro à volatilidade das cotações internacionais, mas, ao mesmo tempo sem impor medidas que possam abalar a independência e o balanço financeiro da Petrobras.

Na sexta-feira, Bolsonaro encaminhou ao Congresso um projeto de lei que propõe alterar a cobrança do ICMS sobre combustíveis, com o objetivo de estabelecer uma alíquota de imposto uniforme e específica, reduzindo a volatilidade e aumentando a previsibilidade.

(Forbes)

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