• 24/11/2024

Cientista brasileira encontra proteína chave para o tratamento da covid-19

Um estudo realizado na Universidade Southwestern, nos Estados Unidos, pode ser determinante na criação de tratamentos para combater o novo coronavírus. Os pesquisadores, entre eles uma cientista brasileira, analisaram a ação da Nsp1, uma proteína capaz de bloquear a replicação viral das células infectadas com covid-19 e, desta forma, servir como um tratamento contra a doença.

“Quando um vírus infecta uma célula, a forma como a célula hospedeira reage é alterando as vias (ou redes) celulares de certa maneira que neutraliza a infecção viral”, afirmou Beatriz Fontoura, uma das autoras da pesquisa e professora de biologia celular da Universidade Southwestern, conforme reportado pelo EurekAkert!. “Os vírus podem atingir muitas dessas vias para favorecer sua própria replicação.”

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Beatriz Fontoura faz parte da equipe liderada por Ke Zhang, pesquisador e pós-doutorado na Universidade de Southwestern. Brasileira, ela se formou em bioquímica na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, fez mestrado em Escola Paulista de Medicina e continuou seus estudos e pesquisas em universidades americanas em Nova York, Miami e, mais recentemente, no Texas.

Publicado na revista científica Science Advances, o estudo aponta que a proteína Nsp1 é capaz de impedir que os genes sejam multiplicados no organismo. Sem este poder, a doença se torna mais fraca e pode ser combatida pelos próprios anticorpos dos pacientes, que ainda podem estar munidos com remédios que auxiliem na luta contra o vírus Sars-CoV-2.

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Para entender melhor é preciso lembrar que um vírus é replicado através os genes de uma célula hospedeira. Descrita como multifuncional, a proteína Nsp1 age diretamente para interromper este ciclo. Assim, ao bloquear a ação de exportação o vírus de RNA mensageiro o núcleo da célula para outro compartimento, o citoplasma, é possível impedir esta multiplicação.

A pesquisa levou em consideração resultados do uso desta proteína no combate ao vírus influenza. Com o Sars-CoV-2, os resultados também mostraram a inibição da exportação nuclear da célula hospedeira.

Os resultados iniciais passam uma sensação de otimismo, mas os cientistas ainda evitam tirar os pés do chão. Segundo Zhang, ainda é necessário estudar melhor a estrutura do Nsp1 e os processos que permitem reverter a ação de bloqueio. “A pesquisa é promissora, mas para desenvolver terapias no futuro, primeiro precisamos entender melhor o mecanismo”, diz.

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(Portal Exame)

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