Vacina da Pfizer e da BioNTech usa abordagem experimental, de parte do código genético do vírus de modo a treinar o sistema imunológico; fabricantes afirmam que serão capazes de prover 50 milhões de doses ao final deste ano e 1,3 bilhão até o fim de 2021.
Uma das vacinas sendo testadas contra o coronavírus é, segundo uma análise preliminar de seus idealizadores, capaz de prevenir que mais de 90% das pessoas desenvolvam a covid-19.
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As fabricantes Pfizer e BioNTech descreveram a novidade nesta segunda-feira (9/11) como um “grande dia para a ciência e para a humanidade”.
A vacina foi testada em 43,5 mil pessoas de seis países e, em setembro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou que seus testes clínicos fossem ampliados no Brasil, de mil para dois mil testes em voluntários.
Segundo as fabricantes, nenhum problema de segurança na vacina foi levantado até o momento.
As empresas planejam solicitar, até o final deste mês, uma aprovação emergencial para uso da vacina, na expectativa de que a imunização ajude os países a reduzir as medidas de restrição de circulação em vigor.
Há cerca de uma dúzia de vacinas contra a covid-19 nas fases finais de testagem (chamadas de fase 3), mas essa é a primeira a apresentar resultados efetivos relacionados à prevenção. No Brasil, outra vacina em desenvolvimento, a CoronaVac, pelo Instituto Butantan, está justamente na etapa de investigar se ela é capaz de proteger contra a covid-19, depois de testes prévios terem indicado que ela é segura.
A vacina da Pfizer é diferente porque usa uma abordagem completamente experimental: envolve injetar parte do código genético do vírus de modo a treinar o sistema imunológico do indivíduo.
Testes prévios apontaram que a vacina treina o corpo a fazer tanto anticorpos quanto, em outra parte do sistema imune, as chamadas células T para combater o coronavírus.
São necessárias duas doses da vacina, com três semanas de diferença entre elas. Os testes (feitos, além do Brasil, em Alemanha, EUA, Argentina, África do Sul e Turquia) apontaram uma proteção de 90% depois da segunda dose.
No entanto, é importante destacar que ainda não se sabe qual a duração dessa imunidade.
As fabricantes afirmam que serão capazes de prover 50 milhões de doses ao final deste ano e 1,3 bilhão até o fim de 2021.
Mas há desafios logísticos importantes para isso: as vacinas precisam ser armazenadas em refrigeradores ultrafrios, a menos 80°C.
Em reação à notícia, mercados de ações globais bateram recordes de alta nesta segunda-feira, aponta a agência Reuters. Na Europa, os mercados acionários subiram em média 4%.
(BBC News Brasil)