Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC-DF), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que o endividamento das famílias brasilienses atingiu 76,5% em outubro, mantendo a trajetória de alta iniciada em fevereiro. São 819.778 famílias com dívidas a vencer – 26,8 mil a mais que no mês anterior.
A inadimplência, que significa dívida em atraso, recuou levemente, de 42,3% para 42,1%, somando 450.729 famílias. Já o grupo que declara não ter condições de pagar aumentou para 18,4% (196.931 famílias), acréscimo de 12,3 mil novos casos.
Para o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, a entrada de aproximadamente R$ 10,5 bilhões na economia com o 13º salário – estimativa do Dieese – pode ajudar a reduzir o número de famílias com dívidas. Ele lembra que, no início do ano, a PEIC registrou queda expressiva entre os que não tinham condições de pagamento.
“Em novembro de 2024, eram 21.2% da população sem condições de pagamento. Passou para 20.8% em dezembro, recuando para 20% em janeiro de 2025 e depois para 18.6% em fevereiro. Isso nos indica que, de fato, parte do 13º injetado na economia do DF é usada para que as famílias sejam reinseridas no mercado de crédito”, avalia Aparecido.
O presidente destaca ainda que o 13º salário, quando bem planejado, ajuda a reorganizar o orçamento e, além de quitar dívidas, pode ir para a poupança, viajar e, claro, movimentar o comércio com as vendas de fim de ano, como Black Friday e Natal.
Comprometimento da renda
Segundo a PEIC-DF, o comprometimento da renda se manteve estável em 22,1%, abaixo dos 29,6% registrados no índice nacioal. O atraso médio das contas caiu de 74 para 69 dias. Apesar da inadimplência acima de 40% desde o fim de 2024, os demais indicadores mostram certa estabilidade diante do cenário de juros dos últimos dois anos.
DF terá o maior 13º do país
Segundo o Dieese, o Distrito Federal terá o maior valor médio de 13º salário do Brasil: R$ 5.877. O pagamento deve alcançar 1,72 milhão de pessoas, injetando R$ 10,5 bilhões – o equivalente a 2,6% do PIB local e 30,7% de todo o 13º da região Centro-Oeste.
Do total, 87,2% irão para trabalhadores formais (R$ 9,2 bilhões), 8,2% para beneficiários do INSS (R$ 871 milhões) e 4,5% para aposentados e pensionistas do regime próprio do DF (R$ 479,9 milhões).
(Fecomércio-DF)


