• 25/04/2024

Produção de álcool gel caseiro traz riscos e confronta legislação

A produção caseira do álcool em gel é arriscada e contraria a legislação brasileira, avalia o Conselho Federal de Química (CFQ). Com o surto de coronavírus e a falta do antisséptico em diversas farmácias ou supermercados do país, têm circulado pela internet receitas caseiras para produção de álcool em gel a partir do álcool líquido concentrado.

De acordo com a entidade, o uso do álcool líquido em elevadas concentrações aumenta o risco de acidentes que podem provocar incêndios, queimaduras de grau elevado e irritação da pele e mucosas.

Além disso, a venda de álcool líquido em concentrações superiores a 54°GL (Gay-Lussac) é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2013, que considerou os riscos oferecidos à saúde pública decorrentes de acidentes por queimadura e ingestão. Para soluções com graduação acima de 54°GL, a norma permite a forma em gel.

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Processo rigoroso

Em nota, o CFQ afirma que os produtos industrializados (álcool em gel vendido em farmácias e supermercados) passam por rigoroso processo de produção. Há padrões a serem seguidos, todas as etapas são monitoradas e há um controle de qualidade para padronização e regularidade dos produtos disponibilizados ao consumidor final.

Já o álcool em gel fabricado a partir de receitas e métodos caseiros não passa por controle de qualidade e, por isso, não há garantia de que seja eficiente.

Eficácia comprovada

De acordo com o CFQ, o álcool em gel, por ser considerado antisséptico, é eficaz no combate e na prevenção ao novo coronavírus e sua indicação é pautada em medidas de prevenção ao contágio de doenças respiratórias. Estudos demonstram melhor eficácia do produto em soluções 70%, recomendado pela Anvisa para os serviços de saúde brasileiros e indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na lista de medicamentos essenciais.

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Os produtos químicos usados para desinfecção são chamados germicidas (desinfetantes ou antissépticos).

Os desinfetantes devem ser usados em superfícies e objetos inanimados. Já os antissépticos são aplicados em tecidos vivos como pele e mucosas e, por isso, sua composição deve ser pensada de modo a não causar irritação.

Além do álcool em gel, as autoridades de saúde recomendam para higienização das mãos a lavagem com água e sabão. De modo geral, sabões e detergentes, graças às suas propriedades químicas, removem a maior parte da flora microbiana na superfície da pele.

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O CFQ ressalta que não é recomendado o uso do vinagre contra o novo coronavírus.

Equipamentos eletrônicos

O conselho afirma que o mais recomendado para equipamentos eletrônicos é o uso do álcool isopropílico, uma vez que é menos passível de se misturar com a água, dificultando a oxidação das peças. Deve-se ter cuidado com a quantidade de produto aplicada, não devendo molhar o equipamento. Basta aplicar com um pano/lenço/papel embebido no álcool.

(Agência Brasil)

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