• 10/10/2024

Sem o X, marcas buscam recuperar engajamento em redes alternativas

Após o bloqueio do X (antigo Twitter) no Brasil, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), as marcas ainda lutam para manter o engajamento com o público no ambiente digital em plataformas alternativas, como o Threads, lançado em julho de 2023 pela Meta, e o Bluesky, desenvolvido pelo mesmo criador da rede do Twitter, Jack Dorsey, em 2019.

Embora a migração ainda seja tímida, a mudança de foco para novas plataformas reflete a necessidade de adaptação rápida em um cenário digital em constante transformação. Muitas empresas, aliás, sequer se inscreveram no Bluesky, como Heineken BR, Guaraná Antártica, Bradesco, Natura e Outback BR, entre outras. No Threads, no entanto, algumas dessas instituições já têm recuperado o mesmo número de seguidores que possuíam no X, como a própria Heineken BR, O Boticário, Renner, Brahma, Reserva e Burguer King BR.”

Leia também   YouTube, Netflix, TikTok e Microsoft barram canais de propaganda da Rússia

“Há sempre impacto, especialmente quando há concentração de estratégia e ações na plataforma. O X impulsionou formatos e parcerias inovadoras, como momentos de interação com a TV e os trending topics, que se tornaram um termômetro social relevante. É uma plataforma que garante grande alcance, visibilidade, segmentação e métricas para otimizar estratégias”, diz Edmar Bulla, CEO do Grupo Croma e especialista em Marketing Digital por Harvard.

“Além disso, permitia o engajamento de comunidades, incluindo o seu uso para atendimento ao cliente e gerenciamento de crises. Muitos influenciadores e marcas usaram a plataforma como canal expressivo de promoções e vendas. Caso não volte, será natural a migração para outras plataformas e canais”, complementa Bulla.

Uma das principais diferenças comentadas por quem está no mercado, hoje, é o fato de faltar ao Threads algum termômetro que contemple indicadores de acessos aos posts, ou até mesmo métricas de audiência, como os trending topics do X.

Levantamento realizado em 19/09/2024 (Divulgação)

A demora no retorno do X é especialmente prejudicial aos setores que trabalham com marketing, publicidade, relações públicas e comunicação, visto que a antiga rede social era uma das principais plataformas de comunicação e conexão com os consumidores.

Leia também   Apple reduz produção de iPhone 14 em 3 milhões com demanda fraca

Executivos de diversas marcas, que optaram por não se identificar, apontam que o principal diferencial do X, já consolidado no mercado, era a rapidez na disseminação de posts e divulgações, com alguns conteúdos viralizando de forma orgânica em questão de minutos.

“Threads e BlueSky ainda enfrentam desafios significativos em termos de insights. Ambas as plataformas carecem de ferramentas robustas de análise e mensuração, o que limita a capacidade de avaliar o alcance e a relevância das discussões. Para muitos, essa lacuna é um fator crítico na avaliação do sucesso em redes sociais”, explica Wagner Leitzke, líder de marketing digital da End to End.

Leia também   Elon Musk alega que Apple ameaça tirar Twitter de loja de aplicativos

O advogado Rodrigo Calabria, sócio da CCLA Advogados e especialista em direito digital, explica que, mesmo com o pagamento da multa amplamente noticiado, o X continua bloqueado e sem previsão de retorno. Segundo ele, há outras exigências do STF ainda não cumpridas.

Recentemente, a plataforma nomeou a advogada Rachel de Oliveira Villa Nova como representante legal no Brasil. Mas o ministro Alexandre de Moraes determinou que a rede social apresente novos documentos à Corte para comprovar a reativação de sua representação legal no país.

(Portal Exame)

Read Previous

‘Primaverão’: estação terá ondas de calor, riscos de queimadas e temperaturas acima da média

Read Next

Começa consulta ao último lote de restituição do Imposto de Renda 2024